A Liderroll desenvolveu um novo método de construção de Spool Bases capaz de redesenhar completamente o padrão utilizado pela indústria offshore. Segundo Paulo Roberto Gomes Fernandes, o sistema elimina etapas consideradas críticas nas operações tradicionais, reduz drasticamente o tempo de soldagem dos tubos e acelera o processo de carregamento para embarcações do tipo reel-lay, considerado um dos custos mais elevados em toda a cadeia logística.
A proposta introduz automação total, fontes de energia solar e redução quase completa da presença humana no campo operacional, o que diminui riscos de acidentes, falhas mecânicas e danos à integridade dos tubos. Segundo a empresa, a tecnologia permite armazenar entre 8 e 24 quilômetros de dutos totalmente finalizados, quantidade suficiente para encher carretéis de navios de grande porte.
Ruptura com métodos tradicionais considerados ultrapassados
As Spool Bases atualmente em operação no mundo seguem modelos convencionais baseados em movimentação manual ou semimecanizada. Esses processos dependem de escavadeiras, empilhamentos improvisados, elevado esforço mecânico sobre os tubos e uso simultâneo de diversas máquinas operando em sincronia. A consequência é um histórico de acidentes, retrabalhos e danos recorrentes às tubulações.
O novo método proposto pela Liderroll substitui esse cenário por pontes rolantes automatizadas operadas a partir de uma sala de controle. De acordo com Paulo Roberto Gomes Fernandes, a operação deixa de ser influenciada por chuva, raios, ventos ou instabilidade do terreno, garantindo previsibilidade e eliminando interferências climáticas, um dos maiores riscos enfrentados atualmente.
Ganhos diretos em segurança, logística e produtividade
O tempo de carregamento dos navios é um ponto crítico para as empresas de engenharia offshore. Em modelos tradicionais, um navio pode levar até oito dias ancorado para receber tubulações, período em que condições marítimas desfavoráveis costumam atrasar a partida e gerar custos adicionais significativos.

A solução da Liderroll reduz essa janela, oferece maior previsibilidade operacional e melhora a utilização dos navios. Com dutos já preparados e prontos para carregamento contínuo, as embarcações podem operar dentro das melhores condições de mar, ampliando sua eficiência e reduzindo o custo por campanha.
Reconhecimento internacional e potencial de impacto global
A tecnologia já foi patenteada em diversos países e possui potencial para ser apresentada em eventos estratégicos como o Rio Pipeline e encontros técnicos da ASME, no Canadá. A Liderroll é, até hoje, a única empresa brasileira reconhecida pela ASME por desenvolver um método revolucionário de lançamento de dutos em ambientes confinados, tecnologia que já está sendo aplicada em projetos no Canadá e no Turcomenistão.
Companhias globais do setor offshore, como Saipem, Subsea 7, McDermott e empresas norueguesas e holandesas, são vistas como potenciais usuárias da nova metodologia, devido ao perfil inovador e à tradição em incorporar soluções automatizadas em suas operações, assim como destaca Paulo Roberto Gomes Fernandes.
Crescimento internacional e expansão para projetos submarinos
O avanço da tecnologia de lançamento de dutos desenvolvida pela Liderroll, originalmente aplicada em túneis terrestres, abriu portas para projetos submarinos de grande porte. Atualmente, a empresa participa de iniciativas em 19 países, com sete projetos em análise e quatro contratações em fase final nos Estados Unidos, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
O novo método de construção de Spool Bases amplia ainda mais o campo de atuação da companhia, agora mirando diretamente o mercado de operações offshore profundas e ultraprofundas.
Uma aposta na transformação estrutural do setor
Mesmo diante de ciclos econômicos adversos e redução do ritmo de investimentos no Brasil, a Liderroll manteve sua estratégia de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Conforme Paulo Roberto Gomes Fernandes, a empresa acredita que seu novo modelo de Spool Base deve estabelecer um novo paradigma para a indústria, reduzindo riscos operacionais, melhorando resultados e oferecendo ganhos substanciais em produtividade e segurança.
A expectativa é que, nos próximos anos, o mercado internacional adote gradualmente esta nova filosofia construtiva, impulsionado por economia operacional, automação avançada e critérios ambientais e de segurança cada vez mais rigorosos.
Autor: Sheila Lins
