Em períodos marcados por desastres naturais, como enchentes, secas severas ou ciclones, a recuperação econômica das regiões atingidas exige respostas rápidas, articuladas e sustentáveis. O agronegócio brasileiro, por sua estrutura descentralizada e sua presença em praticamente todos os estados do país, se destaca como um dos principais setores capazes de impulsionar a retomada produtiva em escala regional. Segundo o empresário Aldo Vendramin, o campo reúne as condições necessárias para reativar cadeias produtivas, gerar empregos e reconstruir, com agilidade, a base econômica de territórios fortemente impactados.
Reativação rural e recuperação econômica no pós-desastre
O restabelecimento das atividades agropecuárias é um dos caminhos mais eficazes para acelerar a recuperação econômica. Quando a produção agrícola e pecuária é retomada, ela ativa também uma rede de setores interligados, como transporte, logística, comércio, assistência técnica e abastecimento de alimentos. Essa reativação tem um efeito multiplicador: cria postos de trabalho, estabiliza o mercado local e evita o deslocamento em massa de populações que dependem diretamente da atividade rural.
De acordo com Aldo Vendramin, é essencial que o poder público compreenda o campo como uma alavanca para a reconstrução regional. Políticas emergenciais bem direcionadas – como linhas de crédito específicas, recuperação de estradas vicinais e fornecimento de insumos – podem acelerar significativamente a normalização da produção, reduzir perdas econômicas e trazer estabilidade a comunidades vulneráveis.

O papel das cooperativas na reconstrução rural
As cooperativas rurais são peças fundamentais no processo de retomada após desastres naturais. Elas atuam como plataformas organizadas de auxílio mútuo, com capacidade de coordenar ações entre produtores, distribuir insumos e promover o acesso coletivo a linhas de crédito e suporte técnico. Quando bem estruturadas, essas entidades fortalecem a resiliência das comunidades, evitam a quebra de pequenos produtores e asseguram o abastecimento interno de alimentos.
A experiência das cooperativas também facilita a articulação entre o setor privado e o poder público, promovendo soluções mais eficazes e rápidas. Por sua capilaridade, elas alcançam áreas remotas que, em muitos casos, ficam fora do alcance de ações governamentais emergenciais. Sua atuação integrada é uma forma de garantir que os recursos cheguem onde realmente são necessários e que o processo de reconstrução seja mais eficiente e duradouro.
Inovação e prevenção como fundamentos da resiliência no campo
A liderança do agronegócio na recuperação econômica deve vir acompanhada de um olhar estratégico para o futuro. Isso significa reconstruir, mas também preparar o campo para enfrentar novas adversidades. A adoção de tecnologias como monitoramento climático, automação de processos, irrigação de precisão e sistemas de alerta precoce pode reduzir consideravelmente os impactos de desastres futuros.
Conforme frisa Aldo Vendramin, a prevenção deve ser tratada como parte da rotina produtiva. Isso exige investimento contínuo em capacitação, acesso a ferramentas modernas e incentivo à diversificação das atividades. Uma propriedade preparada é uma propriedade resiliente – e uma economia rural resiliente é mais eficiente na resposta a choques externos, garantindo mais segurança para produtores e consumidores.
Superação de entraves e fortalecimento de políticas públicas
Mesmo com todo seu potencial, o agronegócio enfrenta obstáculos significativos no processo de recuperação. Entre os desafios mais comuns estão a burocracia para acessar recursos, a escassez de assistência técnica em áreas remotas e a ausência de políticas permanentes de prevenção. Além disso, os impactos da perda de infraestrutura, como pontes, armazéns e vias de escoamento, dificultam a reativação da produção em tempo hábil.
A articulação entre governos, cooperativas, empresas e sociedade civil é essencial para superar essas barreiras. Protocolos de resposta rápida, programas específicos de apoio rural e investimentos em infraestrutura resiliente podem garantir que o campo mantenha sua capacidade produtiva mesmo em momentos críticos. O empresário Aldo Vendramin defende que reconhecer o agro como pilar estratégico da recuperação econômica é uma medida urgente e necessária para o Brasil se tornar mais preparado para o futuro.
Autor: Sheila Lins